Maria Teresa Publio Dias é ex-judoca e uma das fundadoras da empresa que “amazena, transforma e entrega informações que impactam o desenvolvimento do atleta”
Judoca por talento e empreendedora por opção, a publicitária Maria Teresa Publio Dias, 34, é co-fundadora da Startup “Soul Brasil Esportes”. Sempre envolvida com esportes, Dias carrega em seu currículo passagens em importantes times brasileiros e um mestrado em Administração do Esporte na Canisius College, no Estado Unidos. Com experiências também no Chile, onde trabalhou com a seleção de Rugby, a publicitária sempre almejou trabalhar com esporte. Depois de uma longa trajetória e um encontro inesperado com o atual sócio, Paulo Braga, decidiu criar uma startup especializada no desenvolvimento de atletas de base.
Criada a partir da vontade dos fundadores de entender as necessidades de cada atleta, a Soul Brasil Esportesé uma plataforma de apoio a quem quer se profissionalizar no esporte. Em resumo, segundo a co-fundadora, a Soul é uma “plataforma de base de dados que gera valor a partir de dados gerados pelo atleta e oferece ferramentas para que ele possa se desenvolver através de gráficos, insights e percepções de valor do desenvolvimento e da carreira dele”. Em um sistema quase colaborativo, a plataforma da empresa se desenvolve à medida que o atleta coloca seus dados. Portanto, segundo Dias, quanto mais o atleta usar a plataforma, mais recebe em troca.
“A ideia da Soul é se tornar uma grande plataforma onde o atleta consiga encontrar ferramentas, conteúdos e conexões para que ele possa se desenvolver. E, no fim, estaremos coletando dados sobre o desenvolvimento e da jornada do atleta para que, no futuro, a gente transforme isso em investimento”, relata a publicitária. Além do desenvolvimento profissional, Dias também ressalta que o objetivo da empresa é desenvolver o atleta em todos os pilares que envolvem a vida dele, não necessariamente ligados à carreira profissional. “A Soul surge como uma forma de desenvolver o atleta em todos os pilares, seja qual for o objetivo. Ele quer treinar para conseguir uma bolsa porque não tem grana para estudar fora? Beleza, a gente ajuda. Quer ser uma atleta de alto rendimento e seu sonho é chegar nas olimpíadas? Ok, vamos fazer. Tem 50 anos e quer se desenvolver mais? Beleza também”.
Hoje em dia, ainda que com o projeto estruturado e com cerca de 265 atletas cadastrados, Dias reconhece que ainda há muito caminho pela frente: “O que a gente está fazendo é muito disruptivo. A gente tem que mudar a cultura do esporte no Brasil, a cultura do atleta. A gente tem que virar para o atleta e falar: ‘levanta e vai fazer o seu trabalho também. Você não pode ficar esperando, tem que fazer a sua parte fora das quadras também’”. Mesmo assim, a esperança de mudar a cultura do esporte no Brasil é um dos maiores objetivos da publicitária: “Eu quero que uma empresa olhe, veja que a atleta é da Soul e entenda que esse atleta está buscando o desenvolvimento próprio. Que ele não tá ali só para ganhar dinheiro ou pela exposição. Ele está ali porque está buscando desenvolvimento esportivo e pessoal”.
Em relação ao nome, que em tradução literal para o português quer dizer “alma”, Dias é enfática: “Eu e o Paulo, meu sócio, acreditamos muito na transformação. Eu fui extremamente impactada pelo esporte. Tenho certeza que um dos vetores da minha vida foi o impacto que o esporte teve na minha transformação como pessoa. Então, é essa coisa de que transforma a alma. A ideia é essa”. E, mais do que isso, o “Brasil” na frente do nome prevê que a Soul Brasil seja uma empresa de impacto mundial. “O nome é em inglês porque a gente quer que a Soul seja a “Soul Brasil”, “Soul Chile”, “Soul Colômbia”, relata Publio.