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Mundo Lado a Lado: o Leste Europeu como primeiro destino da vida nômade

Bruna e Gustavo entenderam que a vida que levavam não se encaixava na vida dos sonhos. Entre todas as possibilidades, entenderam que viajar o mundo era a melhor opção.

“O desconhecido me fascina”, relata o engenheiro eletricista Gustavo Rodrigues, 28, quando questionado sobre os motivos que o levaram a escolher Croácia, Macedônia e Albânia como os primeiros destinos da vida nômade. “Gosto de questionar o que existe naquele lugar, como vivem as pessoas e o que se passa naquelas cidades”, completa. Acompanhado da namorada, a jornalista Bruna Yamasaki, 24, o recém nômade digital conta que sempre sonhou em viver viajando. Depois de muitos questionamentos, entendeu que precisava encontrar meios de tornar o sonho possível. “Chegou um momento em que eu reparei que tudo o que eu estava vivendo não tinha nada a ver com o que eu queria viver. E então eu decidi pedir as contas e tirei uns meses para planejar a viagem”, relata. 

Com planos feitos e malas prontas, no início de 2021, o casal decidiu dar início à vida nômade. “A ideia era viver através de aplicativos que conectam voluntários a pessoas que precisam. Mas, logo na primeira fazenda que a gente chegou, em Santa Catarina, estourou a pandemia de COVID-19 no Brasil”, conta Rodrigues. O que poderia ser o fim dos meses de planejamento, foi interpretado como novas possibilidades: “A gente viu que muita gente começou a trabalhar remotamente e nos perguntamos por que não também buscar um trabalho remoto. E foi aí que a gente deixou de fazer trabalho voluntário e começou a se bancar com isso, cada um na sua área”. 

A conquista do “anywhere office”, o novo planejamento e a melhora da pandemia no Brasil finalmente permitiram que o casal vivesse o sonho de viver viajando. “É o ‘ser nômade digital’ possibilitou isso, que conecta com meu sonho de menino de viajar e conhecer o mundo”, explica o engenheiro. “Se for falar quem sou eu antes e depois, acho que é isso: aquele mesmo menino, mas que agora encontrou, no nomadismo digital, um meio de tornar esse sonho possível”, completa. 

Vida nômade não é férias

Esse mês, Croácia. No mês passado, Macedônia. Mês que vem, Turquia. A constante mudança de país, casa e fuso horário, segundo o casal, requer muita disciplina para que tudo funcione bem. “A gente trabalha no horário do Brasil. Eu começo a trabalhar às 14h, quando são 9h no Brasil, e trabalho até as 22h aqui. Quando passo um pouco mais, trabalho até 00h. Então, o maior desafio é conciliar as rotinas para que a experiência aqui também valha a pena, que eu consiga conhecer lugares e tudo mais”, explica Rodrigues. “Tudo é bem corrido e a questão de ‘fazer valer a pena’ é o que mais pega”, relata a jornalista. 

Para conciliar viagem e trabalho, a solução do casal é morar em cidades que possibilitam passeios curtos e rápidos.  “É muito por causa disso que eu escolho cidades menores, que eu levo poucos minutos para estar em algum lugar diferente. Assim, eu consigo acordar, conhecer um lugar novo e em menos de uma hora estar em casa para trabalhar’, explica o engenheirro. “Cada final de semana, por exemplo, eu estou em um lugar que eu não conheço e que talvez nunca mais volte. Se não der para sair durante a semana, tudo bem. Mas no fim de semana eu conheço um lugar novo”, completa. 

Sentir-se em casa

“Existem hábitos nossos que continuamos fazendo para que cada lugar se torne a nossa casa”, explica Yamasaki. “Por exemplo: tomar um café da tarde juntos, sentar na mesa para almoçar ou tomar café da manhã são coisas que estão na nossa rotina de uma forma diferente, em outros horários, mas que se mantêm intactos. Tudo para que a gente tenha essa sensação de estar em casa. A gente não tem mais isso de “quando voltar para casa”. A nossa casa é aqui e agora, então isso é uma maneira de deixar esses lugares com a nossa cara”, completa. 

E seja na organização da casa ou no tempero que não pode faltar no armário, o casal parece se acostumar bem com o novo conceito de casa. “Sempre que a gente vai se mudar para algum lugar, a gente enche uma sacola com comida, temperos e sal para levar para o próximo lugar”, conta a jornalista. “Eu brinco que aquilo é o mais próximo de casa que a gente tem. É isso e a nossa mochila. E só”.

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