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José Spinelli: 4 livros para se abrir para mudança

Acostumado a passar muito tempo no mar, navegando com o Soneca, José Spinelli gosta de ler para escapar do tédio imposto pela rotina das longas viagens em seu veleiro. O ex-engenheiro mecânico, que transformou sua vida ao deixar para trás a carreira consolidada em São Paulo e se mudar para Ubatuba, em busca do sonho de construir seu próprio barco e passar os dias viajando pelos mares, nos indicou 4 livros que acredita que possam inspirar mudança nas vidas das pessoas.

“Aventuras no Mar: Andanças, Amores e Peripécias de um Velejador”, de Helio Setti Jr.

O livro de 400 páginas conta as aventuras intensas e divertidas de Hélio Setti, que durante quatro anos ininterruptos navegou mundo afora. Passeando por ilhas paradisíacas, mares bravios e bares dignos da melhor literatura, as histórias, situações e personagens comovem, emocionam e fazem rir. Sem contar, é claro, nas passagens em que são descritos lugares inusitados, como os paraísos nudistas do Caribe, os territórios de guerreiros de aparência feroz da Nova Guiné e a ilha onde morreu Napoleão Bonaparte. A linguagem do autor, que morreu prematuramente aos 39 anos, reflete sua alegria de viver e inspira o leitor a se aventurar como ele. “Acredito que os livros de navegação têm essa qualidade. Quando o cara começa a descrever o que ele viu, o que ele fez, onde ele esteve, você começa a viajar nas páginas e se sente inspirado. Você começa a sonhar com as ideias, com o que ele fez”, explica Spinelli. 

“Rapunzel” de Marçal Ceccon

Primeiro de uma série de relatos de viagens da família Ceccon, o livro narra a cruzada inicial do barco Rapunzel, do Brasil ao Caribe e até o Canal do Panamá, no início dos anos 90 e mostra que um sonho pode se tornar realidade para quem tem a coragem de tentar. Além das histórias sobre a viagem, o autor dá dicas sobre todos os temas de navegação de cruzeiro, planejamento e custos do projeto.”Depois de ter problemas de saúde, Marçal Ceccon mudou completamente de vida. Ele investiu, construiu um belo de um barco e deu a volta no mundo todo em 10 anos com a mulher e os filhos. O livro é espetacular!”, elogia o instrutor de navegação. 

“A Volta ao Mundo Em Solitário”, de Aleixo Belov

O livro de Aleixo Belov relata sua primeira viagem a bordo do Três Marias, um barco de 36 pés e oito toneladas, construído do zero por ele mesmo. Primeiro navegador brasileiro a completar, sozinho, uma viagem de circunavegação, Aleixo relata os momentos de tristeza, euforia, fraqueza e coragem pelos quais passou durante os quatorze meses que demorou para dar a volta ao mundo solitário. “Ele se separou e construiu o barco. Ele não tinha dinheiro, tentou patrocínio e não conseguiu, até que um dia ele diz assim: ‘Eu descobri que o sol, o vento e o mar são de graça. Fechei tudo e parti’. O livro me inspirou!”, conta o ex-engenheiro mecânico.

“Mar sem Fim”, de Amyr Klink

Em 31 de outubro de 1998, Amyr Klink partiu de Paraty decidido a dar sua primeira volta ao mundo circunavegando a Antártica, um percurso desafiador mesmo com os equipamentos sofisticados da navegação moderna. No livro, o navegador, que se tornou o primeiro a realizar tal feito velejando sozinho no veleiro Paratii por 141 dias, relata as experiências que viveu durante um verão inteiro viajando em latitudes onde o sol nunca se escondia, enfrentando um mar temperamental, às vezes extremamente violento e com períodos de nenhuma visibilidade. Isso, sem contar com muito gelo, vento forte, e o tempo todo submetido a uma rotina que não permitia mais do que cinco horas de sono contínuo por dia. “Foi desse livro que foi tirada a frase ‘o pior naufrágio é não partir’. O Amyr é um cara muito especial, eu tive algum contato com ele também. Ele é inspirador”, finaliza Spinelli.

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